Gênero, patriarcado e violência são temas discutidos na 18ª Jornada de Agroecologia

Tenda Conhecimento em Movimento recebeu integrantes de movimentos populares, sindicatos dos professores da educação pública e outros grupos

Texto: Rita Hilachuk – Cobertura Universitária 18ª Jornada de Agroecologia do Paraná
Fotos: Lia Bianchini

Durante a mesa redonda “Gênero, patriarcado e violência” ocorrida na tarde deste sábado (31), como parte da 18ª Jornada de Agroecologia do Paraná, foram levantados assuntos como a participação das mulheres nas propriedades rurais, a violência no campo e diversidade cultural. A Jornada é realizada entre os dias 29 de agosto a 01 de setembro.

O objetivo do debate é incentivar as mulheres a terem representatividade e lutarem contra a opressão dentro e fora de casa. “É uma violência institucional. A mulher [do campo] normalmente casa muito cedo, vive em uma região isolada, trabalha com o marido, mas tem o trabalho tido como uma ajuda e não recebe por ele. Fica sobrecarregada porque tem que trabalhar, cuidar dos filhos e da casa”, explicou Jeisi Back, integrante do Setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no Paraná. Além do MST, participaram da mesa integrantes da Marcha Mundial das Mulheres e da Secretaria da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBT.

De maneira semelhante pensa a responsável pela Secretaria da Mulher Trabalhadora e dos Direitos LGBTI do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), Ana Carolina Dartora. “A violência é um fenômeno histórico e as diferenças de gênero foram construídas”, diz.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) aponta que 1.409 mulheres sofreram algum tipo de violência no campo entre os anos de 2009 a 2018 . Destas, 80 sofreram tentativas de assassinato, 409 foram ameaçadas de morte, 22 morreram por consequência de conflitos e 37 foram estupradas. Os dados devem sera ainda maiores considerando a subnotificação dos crimes.

Para as expositoras o caminho de enfrentamento às diversas violências sofridas por mulheres é a ação coletiva. “É enfrentando o machismo, assumindo a frente de projetos, criando coletivos e ajudando umas às outras que nós construímos um futuro melhor. Nós evoluímos muito na agroecologia e estamos em tempo de construir uma nova vida”, ressalta Jeisi.

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