Oficina ensina preparar caldas biofertilizantes na 19ª Jornada de Agroecologia

Por Serli Andrade

O preparo de caldas orgânicas que nutrem e protegem as plantas de fungos, bactérias e insetos foi um dos temas de oficinas da 19ª Jornada de Agroecologia, na manhã do dia 23 de junho. Técnicas na fabricação de caldas bordalesa, de serrapilhagem ou de tecnologia EM (de microorganismos eficientes) foram trazidas pelo técnico Orlando Assis, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), de Quitandinha-PR. Durante a atividade, materiais orientativos foram distribuídos aos participantes.

O preparo de fertilizantes a partir de ingredientes naturais tem um grande potencial para a produção agroecológica, como destaca Orlando: “Os biofertilizantes suprem a planta em três dos seus principais componentes: físico, químico e biológico”.

De acordo com o técnico, embora exista uma gama de caldas ditas eficazes para a produção de alimentos orgânicos e agroecológicos, cerca de cinco delas são realmente eficientes. Dentre elas, a famosa calda bordalesa que combina cal hidratada, sulfato de cobre e água. Mas Orlando alerta: é preciso ter cuidado com a dosagem, especialmente do cobre, para que não resulte em toxidade dos produtos. “Outra recomendação é para que essa calda não seja utilizada em curcubitáceas como abóboras, melões, pepinos e melancias, pois o cobre é nocivo a estas espécies de olerícolas”, destacou o técnico.

O chá da folha de erva mate, associado a detergente de cozinha, foi outra sugestão apresentada por Orlando. A técnica dificulta a adesão do pulgão nas hortaliças brássicas como couve, repolho e rabanete, dentre outras, pois essas plantas são beneficiadas com o elemento fósforo, que contêm os produtos espumosos.

Para a produção de batata e tomate, a sugestão do agrônomo do IDR é uma mistura de mesma proporção de linhaça dourada e vinagre tinto, deixados curtir por 21 dias, depois coado e adicionado uma gota de sulfato de cobre, para diluição em água e pulverização.

Foto: Serli Andrade

Outra orientação de Orlando é que nenhum tipo de calda seja aplicado no período de floração das plantas, para evitar a toxidade dos frutos.

O modo de aplicação tanto pode ser por via da irrigação por gotejamento ou aspersão, e ainda por vaporização, criando uma atmosfera protetiva da planta, que absorve os minerais em maior quantidade pela raiz, mas também pelos estômatos foliares, por ocasião da fotossíntese.

Calda sulfocálsica e bokashi também são recomendadas, tanto para o cultivo de espécies olerícolas, como de frutíferas, sendo que muitas dessas opções já existem no mercado. “Existem boas opções de produtos biofertilizantes já prontos, no mercado.  Há quem busque maior sustentabilidade, fazendo os próprios preparados.  No entanto, muitos minerais ainda são comercializados em grandes quantidades, o que dificulta as experiências individuais”, comentou Orlando, que sugeriu a compra coletiva ou a venda fracionada desses materiais.

Sobre a Jornada de Agroecologia

A 19ª Jornada de Agroecologia é realizada entre os dias 22 e 26 de junho, em Curitiba. Além de oficinas práticas de promoção da agroecologia, serão realizados uma série de seminários e rodas de conversa. Atividades culturais e uma feira de produção agroecológica também fazem parte da programação. As atividades acontecem no Campus Rebouças da Universidade Federal do Paraná.

Confira a programação completa

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