Experiências no Paraná apostam no estreitamento da relação entre campo e cidade
Ana Carolina Caldas
Produzir alimentos agroecológicos nas cidades, recuperar espaços abandonados ou degradados em áreas produtivas, oferecer alimentação saudável e gerar renda são alguns dos benefícios listados por aqueles que estão à frente de projetos de agroflorestas urbanas.
Início do mutirão de implantação da Agrofloresta Papa Francisco, no 01 de maio de 2021, no CASDM, Sabará, Curitiba. Foto: Wellington Lenon.
Exemplos demonstram que o impacto dessas experiências tem sido de extrema importância para as comunidades envolvidas. É o caso da Agrofloresta Papa Francisco, criada pelo Centro de Assistência Social Divina Misericórdia (CASDM), em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Vila Sabará, no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC).
Irmã Anete Giordani, gestora do Centro, conta que a história da Agrofloresta Papa Francisco começa a partir de um terreno doado à entidade. “Um mutirão de 50 pessoas voluntárias construiu o espaço a partir de 10.600 mudas de legumes, verduras e temperos, além de 200 mudas de árvores frutíferas e nativas”, relata.
Fotos da 1ª colheita na Agrofloresta Papa Francisco, no CASDM, Sabará, em Curitiba. Foto: Melito
Marmitas da Terra Fernando Rinaldi, integrante da coordenação da ELAA, explica que os mutirões surgiram a partir da experiência das Marmitas da Terra — ação de solidariedade liderada pelo MST durante a pandemia.
“Para além do preparo das marmitas com esse grupo de voluntários, que era um grupo bem diverso, com pessoas, professores aposentados, professores, organizações, comunidades urbanas, periféricas, que vinham contribuir na produção das marmitas, a gente também avaliou a importância de que se estreitasse mais essa relação entre campo e cidade”, explica.
Agrofloresta Assentamento Contestado, na Lapa. Fotos: Jade Azevedo, Wellington Lenon e Valmir Fernandes.
A partir desse momento, conta Fernando, que se inicia um diálogo para pensar a estratégia de levar estes voluntários que haviam colocado a mão na massa no preparo das marmitas, para fazer o trabalho de pôr a mão na terra e vivenciar todos os processos. Atualmente, a cada 15 dias, um grupo de pessoas trabalha de forma coletiva e voluntária do preparo de solo, a produção de alimentos, o seu desenvolvimento, a limpeza, toda maneira que tem que ser feita até o preparo das marmitas.
Este conteúdo faz parte da edição especial do Brasil de Fato PR sobre a 20ª de Agroecologia. Clique aqui para ler a edição completa .