Conheça os três documentários que ocuparam as telas na 20ª Jornada de Agroecologia 

Filmes de Eduardo Moreira, Greenpeace e da TVT que retratam o trabalho de camponeses e camponesas, agroecologia e da iniciativa “Marmitas da Terra”, ocuparam a tela da Jornada

Sessão “A Flor da Pele”, EP. Marmitas da Terra” na 20ª Jornada de Agroecologia. | Foto: Jade Azevedo 

Por Jade Azevedo

O audiovisual também trouxe o debate da agroecologia somado a iniciativas coletivas e comunitárias de combate à fome que uniram o trabalho do campo e da cidade, durante a 20ª Jornada de Agroecologia, em Curitiba. “A Flor da Pele”, série da TVT (TV dos Trabalhadores), apresenta 12 experiências entre “71 projetos transformadores de histórias coletivas e de impacto social pelo Brasil”. 

Aqui no Sul do Brasil, o projeto “Marmitas da Terra”, uma ação do MST no Paraná que produz alimentos para o preparo de refeições entregues à população de rua e ocupações urbanas, durante a pandemia, foi retratado no episódio 3. No sábado, 25, no Auditório Eny Caldeira, do Campus Rebouças da UFPR, foi exibido com a presença do diretor da série, Max Alvim. 

No público estavam presentes diversas pessoas que participam da iniciativa Marmitas da Terra, a coordenadora do projeto Adriana Oliveira, integrante do MST, camponeses, camponesas de toda a região sul, estudantes da Via Campesina, Roberto Baggio, direção estadual do MST, Ana Chã e Carla Loop, integrantes da Cultura Nacional do movimento, o Instituto de Democracia Popular (IDP) e o procurador do Ministério Público, Olympio de Sá Souto Maior Neto. 

Segundo Max Alvim, o documentário tem o propósito de levar a experiência que ele encontrou para outros territórios. “O audiovisual tem um papel bastante interessante para os coletivos que é apresentar o sentido da iniciativa, que muitas vezes para quem milita dentro do espaço não tem a amplitude do que está fazendo, do esforço político, do novo país que ele está inventando”, afirma.

Final da sessão do “A Flor da Pele” | Foto: Guilherme Araki 

Adriana se emocionou assistindo o documentário, assim como muitos integrantes do projeto que estavam na sala e se viram na tela. Ela comenta que neste episódio o diretor conseguiu apresentar a alma do coletivo. “Nossa intenção era de que as marmitas tinham que levar a imagem da diversidade, mostrar para o poder público e a sociedade de que é possível ter um outro projeto, porque a gente tem um projeto. A marmita tinha que ser colorida como a  produção diversificada do MST, sem exploração do trabalho e o outro aspecto era desmistificar a agricultura, todos nós que temos a capacidade do cuidado, podemos ser agricultores, e agricultores na cozinha, no plantar, cuidar de uma muda até compartilhar com a comunidade”, ressalta. 

“De quanta terra precisa um homem” contra encontro de um ex-banqueiro com o MST

De quanta terra precisa um homem? Essa é a pergunta que guia o economista Eduardo Moreira, no filme de mesmo título produzido pelo Instituto de Conhecimento Liberta (ICL) que foi inspirado no livro, de mesmo nome, do escritor russo Liev Tolstói, um dos grandes nomes da literatura que traz o tema da ambição e do orgulho do homem.

O filme foi exibido na abertura da jornada, na quarta-feira, 22, no Auditório Eny Caldeira. Com sala cheia de trabalhadores rurais do MST, estudantes da UFPR e público em geral, José Damasceno, dirigente nacional do MST, abriu a sessão contando como o economista, ex-banqueiro e realizador do filme veio parar nos espaços do MST do Paraná. O filme será exibido em festivais, e em breve estará disponível na internet. >> Confira o trailer

José Damasceno apresenta a sessão do filme “De quanta terra precisa o homem?” | Foto: Joka Madruga

Damasceno contou que Eduardo Moreira veio algumas vezes aos espaços do MST no Paraná. “Numa visita ele participou da inauguração da agroindústria de beneficiamento da mandioca na Comunidade Resistência Camponesa, em Cascavel”, conta. Ele acrescentou que o economista visitou o Assentamento Dorcelina Folador, onde Damasceno é assentado, pelo Acampamento Herdeiros de Porecatu e Comunidade Maila Sabrina.

O documentário aborda o encontro improvável de um ex-banqueiro com o MST. Eduardo Moreira, fundador do Finapop, movimento de financiamento popular que tem o objetivo de aproximar o investidor de projetos que precisam de captação, principalmente pequenos agricultores. No filme “De quanta terra precisa um homem?”, apresenta alguns espaços do MST, a história dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, assim como depoimentos exclusivos de Lula, Ciro Gomes, Wagner Moura e Danny Glover.  

O encontro improvável de um ex-banqueiro com o MST.| Foto Joka Madruga

“Antes do Prato” traz exemplos de iniciativas de agroecologia

“Antes do Prato”, filme do Greenpeace, traz exemplos de iniciativas de agroecologia, em diferentes regiões do país, que produzem alimentos orgânicos e são fundamentais no combate à fome e à insegurança alimentar. A exibição aconteceu na mesma quarta-feira, 22, no auditório do Instituto Federal do Paraná (IFPR). O filme será exibido em festivais, e em breve estará disponível na internet. >> Confira o trailer

“Antes do Prato”, filme do Greenpeace. | Foto: Luan Costa

O documentário traz entrevistas de pequenos agricultores de iniciativas no sudeste e no nordeste brasileiro, da cozinheira e empresária Paola Carosella que defendem que o modelo solidário, efetivo contra a fome é a agroecologia. No filme a agroecologia ganha vida por meio das mulheres e homens que, usando conhecimentos e tecnologias ancestrais, produzem alimentos para milhões de pessoas. “A agroecologia traz a identidade, a cultura e a diversidade do local. É uma forma de nos relacionarmos com a natureza e com as pessoas”, afirma, no filme, Neneide Lima, da Rede Xique Xique e Conselheira da Cooperxique, do Rio Grande do Norte. 

Com exemplos como os de Neneide, o documentário mostra que a economia solidária é uma alternativa real e efetiva à indústria de ultraprocessados que não alimentam e adoecem as populações.

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