O evento começou nesta quarta-feira e encerra domingo (8) com show da Céu. Todas as apresentações culturais são gratuitas.

Além dos quatro artistas, o palco da Jornada recebe cerca de 20 atrações culturais. Fotos: Divulgação
Por Sandoval Matheus
Entre as mais de 30 ações da 21ª edição da Jornada de Agroecologia – conferências, seminários, oficinas práticas – estão também 12 atrações musicais gratuitas, ao longo dos cinco dias do evento. Na programação, nomes de projeção nacional, como a cantora Céu e o rapper Rincón Sapiência, dividem os holofotes com artistas paranaenses ou radicados na capital: as cantoras Janine Mathias, Raíssa Fayet e Rubia Divino, além do cantor Wes Ventura são alguns exemplos.
Nascida em Brasília, mas morando em Curitiba desde 2008, Janine Mathias foi escalada para abrir o segmento musical da Jornada. O show aconteceu na quarta-feira, 04, misturando vertentes como rap, soul, funk e samba.
Na quinta-feira, 05, foi a vez de Raíssa Fayet, recentemente indicada como artista revelação pelo Spotify no Women’s Music Event Awards. “Sempre que tem Jornada, quero participar e estar junto. Sou uma ativista dentro desse espectro das pautas sociais e ambientais”, conta. “Já fui muito radical, hoje eu já sou mais poeta. Uma ativista-poeta”, diverte-se.
Há tempos, Raíssa é adepta da alimentação orgânica, proveniente da agricultura familiar. “Faço, incentivo e divulgo a alimentação consciente e segura”, pontua. “E acho que a Jornada é tão importante que tinha que ser mensal. Ela é essencial. É uma causa da humanidade. Se depender de mim e do meu trabalho, onde eu for, vou levar essa mensagem.”
“Estamos vivendo uma crise política e existencial muito séria, um colapso, e precisamos muito de movimentos como esse reverberando, pra que a gente possa no mínimo garantir que as próximas gerações tenham um pouco mais de qualidade de vida.”
O cantor, compositor e instrumentista Wes Ventura se apresenta nesta sexta-feira, a partir das 18 horas. É a primeira vez dele na Jornada de Agroecologia, e a expectativa está alta. “Estou bem ansioso, espero que seja tudo lindo. Quero fazer um show eletrizante, com muita troca com o público”, adianta. “Será uma apresentação bonita, verdadeira, emocionante, dançante.”
“Estamos na mesma luta. A classe artística tem essa força, essa voz pra conscientizar a população. E a Jornada existe pra gente lembrar mais uma vez que é possível ter uma alimentação consciente, saudável e sustentável para os trabalhadores brasileiros.”
Mais veterana em participações na Jornada, com outras duas edições no currículo, Rubia Divino se apresenta no sábado, 07, às 12h30, com o show “Elas cantam Milton”, uma homenagem a Milton Nascimento em parceria com a pianista Julia Klüber, a baterista Gabriela Bruel e a contrabaixista Bruna Buschner.
“A música do Milton é um recorte de diversos sertões. E quando a gente fala de sertão, a gente fala também de natureza, de agrofloresta, de sustentabilidade”, explica Rubia. “Fala da mata, do solo, do fruto, de tudo o nos alimenta e se retroalimenta”.
“Tudo que alimenta o nosso corpo tem que ser visto com muito cuidado. Isso reverbera na forma como você pensa, como se portar no mundo, e como as pessoas te veem”, diz. “E a música também é uma forma de alimentação. O que você está escutando que vai reverberar na forma como você se porta no mundo? O que está alimentando a sua cabeça?”, questiona.
“O papel do MST, da agricultura familiar e da agroecologia é extremamente importante para que a pauta ambiental, da emergência climática, consiga avançar. São essas pessoas que devem ser ouvidas.”
O evento segue até domingo (8), no Centro Politécnico da UFPR. Este ano a Jornada de Agroecologia conta com o patrocínio da CAIXA, Itaipu Binacional, Correios, Fundação Banco do Brasil e Governo Federal, e apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Desenvolvimento Social (MDA), Cooperativa de Crédito Cresol e Cooperativa Central da Reforma Agrária (CCA).