15a Jornada

Poesia: Uma Jornada no meio da tormenta

Vejam poesia feita pelo grande poeta Ariulino Alves, o Chocolate, integrante do MST, assentado da Reforma Agrária, especialmente para a 15° Jornada de Agroecologia. Mil novecentos e dezesseis! Realizamos nossa jornada, Uma conjuntura bem complicada! Vivendo um golpe da burguesia, Uma afronta a democracia. E contra a classe trabalhadora A elite covarde e opressora Demonstrando sua covardia Sabemos que o estado burguês Sempre foi da classe dominante Eles até que aguentaram bastante Não sabiam da nossa capacidade Já mostraram sua falsidade Usando a própria constituição Tentaram anular a eleição Usando a imprensa pra sagacidade! Assim a nossa Jornada Vai selar para sempre a união Nossa força e organização Para enfrentar estes bandidos Esta corja de atrevidos Fizeram dos trabalhadores Pobres e sofredores Miserável e sempre esquecido! Esta Jornada é uma esperança No resgate de nossos valores Que no passado os produtores Perderam para a modernização Agora faremos mutirão Implantaremos agroecologia Se livramos da transgenia Que ameaça nossa nação! Companheiros e companheiras É sempre nosso compromisso Não aceitar esse enguiço Mas cumprir com nosso dever Produzindo o que é de viver! Não fazer alianças com canalhas Fazer a reforma agrária Deus nos dará um novo amanhecer

A revolução da saúde por meio do auto-conhecimento corporal e das plantas medicinais

Oficina de bioenergia apresenta concepção integral de saúde durante a Jornada de Agroecologia Por Michele Torinelli Entre as mais de 40 oficinas oferecidas na 15ª Jornada de Agroecologia, uma esteve relacionada diretamente à saúde humana: a de bioenergia. Trata-se de uma concepção de saúde que, diferentemente da medicina alopática predominante nas clínicas e hospitais, não está voltada para o tratamento de sintomas, mas para o reconhecimento dos fluxos energéticos, o auto-conhecimento corporal e os tratamentos naturais. A oficina aconteceu ontem (28) no Assentamento Contestado, no município da Lapa, comunidade do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) referência em agroecologia, e contou com a participação de mais de 30 pessoas, entre assentados do movimento, outros agricultores e estudantes de vários estados e de outros países, como Argentina, Itália, Paraguai, País Basco, Colômbia e Peru. Entre os ministrantes estavam moradores do assentamento e amigos de longa data, como José Tobias de Moura, mais conhecido como Tobias, que já ajudou o movimento a ocupar nove áreas em General Carneiro, cidade paranaense onde já foi candidato a prefeito e a vereador, além de ser um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores no município. Há 22 anos Tobias atua com bioenergética, quando passou a tratar seu pai, que estava desacreditado pelos médicos. Com o tratamento bioenergético, ele viveu mais dezoito anos. Ele conta emocionado que seu pai, quando já se despedia, o incentivou a sempre seguir esse caminho, de cura do próximo. Ele não liga quando o chamam pejorativamente de macumbeiro, pois acredita nas medicinas naturais e na disseminação do seu conhecimento. A bioenergia surgiu no Brasil no início da década de 1990, quando o missionário franciscano Renato Barros, que hoje mora em Maringá, retornou da Nicarágua. O padre aprendeu com os guerrilheiros sandinistas que, por estarem refugiados e não terem acesso a médicos […]

Experiência agroecológica fortalece produção de alimentos saudáveis

Produtor orgânico há décadas, Antonio Capitani conta sobre a formação da Cooperativa Terra Livre Camilla Hoshino e Camila Rodrigues Brasil de Fato, da Lapa (PR) Fotos internas: Gabriel Dietrich / Vídeo: Camila Rodrigues Edição: Simone Freire Pioneiro no cultivo de orgânicos no Assentamento Contestado, no município da Lapa, interior do Paraná, Antônio Capitani (58) é membro da Cooperativa Terra Livre, criada pelas próprias famílias de agricultores. A iniciativa conta com cerca de 300 associados, entre assentados, pequenos produtores, quilombolas e faxinalenses da região. “No início, enfrentamos críticas porque as pessoas achavam que para fazer roça era preciso mecanizar tudo”, conta Capitani sobre a resistência inicial dos produtores. Hoje, 84 famílias do Contestado possuem hortas orgânicas certificadas. As famílias se dividem nas tarefas da administração da Cooperativa e priorizam, cada uma delas, a produção de cinco itens como frutas, hortaliças, legumes, entre outros. A organização alcançou certo grau de industrialização, que permite o início da produção de embalagens e empacotamento de alimentos a vácuo. Capitani é um dos participantes da 15ª Jornada de Agroecologia em Lapa, sul do Paraná, que se estende até sábado (30). Em entrevista ao Brasil de Fato, ele conta como foi o início da produção agroecológica no Assentamento Contestado, que é uma referência de experiência para o Movimento dos Trabalhadore Rurais Sem Terra (MST), na qual 60 famílias se engajam atualmente. “Para o produtor, a agroecologia não muda apenas a produção, mas as relações humanas. “Se eu botar veneno nos alimentos que saem da minha terra eu sei que vou morrer. Mas eu vou ter coragem de passar esse produto para ouras pessoas comerem? Não, eu não teria coragem”, confessa. Confira a entrevista. Brasil de Fato – Como se deu o início da produção orgânica no Assentamento Contestado? Antônio Capitani- A ocupação do Assentamento Contestado aconteceu no […]

Trocas de experiências marcam a Feira de Agrobiodiversidade na Jornada de Agroecologia

Cuidado com o meio ambiente e com a saúde humana também são uma preocupação dos 80 grupos expositores. Comida, artesanato e sementes a preços acessíveis podem ser encontradas no local. Por Franciele Petry Schramm 

As frutas, verduras, pães e artesanato expostos na Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular, durante a 15ª Jornada de Agroecologia, são mais do que fruto do trabalho de trabalhadores e trabalhadoras de diferentes cidades do Paraná. São também resultado de muita luta e debate político. Não à toa, grande parte das camisetas, canecas e livros expostos trazem imagens ou mensagens de pessoas que debatem modelos mais justos de produção. A discussão de uma nova sociedade também está presente em bolachas, geléias, sementes, cachecóis que são apresentados na Feira. Em comum entre os diversos grupos produtores, está a ideia de uma produção que respeite o meio ambiente, trabalhadores e trabalhadoras, além dos consumidores e consumidoras. Cerca de 80 grupos – entre integrantes de acampamentos, assentamentos, indígenas e faxinalenses de diferentes partes do estado – estão expondo diversos produtos na Feira. Os valores subjetivos incorporados em cada produto – como solidariedade, bem-estar e saúde – vão para além dos preços, acessíveis para todos os bolsos. Teresinha de Lima dos Santos é uma das mais de 80 expositoras da Feira. Ela produz e expõe pães, bolachas, cerveja artesanal, macarrão – de três variedades -, tudo de forma agroecológica. “Não tô só vendendo alimento, mas também saúde”, se orgulha. Esta é a segunda vez que a trabalhadora rural participa da atividade. Moradora de Irati, no Centro-Sul do estado, ela diz ter aproveitado muito a experiência quando acompanhou a Jornada em 2015, realizada em sua cidade. Desde lá, conseguiu avançar e produzir seus pães caseiros também de forma agroecológica. Para ela, participar da Feira é sempre um grande aprendizado. “Aqui tem […]

Túnel do Tempo retrata a História dos 100 Anos da Guerra do Contestado 

Participantes da 15a Jornada de Agroecologia conhecem história da Guerra do Contestado contada de um jeito especial por alunos de escolas estaduais. Por Priscila Ernst Qual é o resultado de alunos criativos, pesquisadores e comprometidos com o resgate histórico de uma região?  O projeto Túnel do Tempo na Jornada de Agroecologia! Como parte da programação da 15ª Jornada, que ocorre no Centro de Eventos da Lapa, Paraná, cerca de 3 mil pessoas puderam viajar no tempo sem sair do lugar. Isso foi possível a partir do projeto Túnel do Tempo, que de uma forma diferente e dinâmica conta a história dos 100 Anos da Guerra do Contestado. A experiência é uma iniciativa em educação popular criada no Colégio Estadual Francisco Neves Filho, no município de São João do Triunfo. O Túnel do Tempo está aberto para visitação durante toda a programação da Jornada. Aproximadamente 60 estudantes, das quatro escolas estaduais de São João do Triunfo, chegaram desde a segunda-feira (25), no local da Jornada. Ali se juntaram com outros estudantes do ensino Fundamental e Médio do Colégio Estadual do Campo do Contestado. A partir daí se tornaram um único grupo e estavam preparados para construir o Túnel do Tempo pelos próximos dois dias. Para a estudante Diane Veiga Schons, 13 anos, do Colégio Est. do Campo do Contestado, o Túnel forma um grande coletivo. “Às vezes na escola nós não percebemos a importância disso, mas aqui sim, somos um grupo”, conta. Argila, pedras, folhas, madeira se juntaram com tinta, cartazes, maquetes, tudo para transformar os cenários do Túnel do Tempo em uma experiência marcante aos visitantes, cada fase da história da Guerra do Contestado foi recriada pelos organizadores. Os alunos do 2o ano do curso de Formação de Docentes de São João do Triunfo, Larissa Zakrzevski Dombroski, 15 anos e […]

Jornada de Agroecologia completa 15 anos e registra avanços na educação no campo

  Por Camila Rodrigues da Silva e Michele Torinelli   Amar o campo ao fazer a plantação,/ Não envenenar o campo é purificar o pão/ Amar a terra e nela plantar semente / a gente cultiva ela, e ela cultiva a gente   Ao som de “Caminhos Alternativos”, do poeta Zé Pinto, começou nesta quarta (27) a 15ª Jornada de Agroecologia em Lapa, sul do Paraná –  que se estende até sábado (30). Mais de 3 mil pessoas de todo o país participam do evento, além da brigada internacionalista, que conta com militantes do movimento campesino da América Latina e da Europa.   Os 15 anos da Jornada trouxeram avanços importantes relacionados principalmente à educação do campo. O dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Paraná (MST-PR) Armelindo Maia, conhecido como Beá, elencou algumas delas: “Temos nossas escolas de agroecologia de ensino médio e graduação, a Escola Latino Americana de Agroecologia, que está na 4ª turma; mudança das grades de educação no campo na rede de escolas de ensino fundamental e médio, mais próxima da nossa realidade; além de universidades com cursos de graduação e mestrado”, enumerou.   Análise de conjuntura     “Essa Jornada não é mais só do Paraná nem só de agroecologia. É um encontro, um festival que se transformou em uma referência no Brasil e em toda a América Latina”, definiu João Pedro Stedile, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que iniciou as atividades com uma análise de conjuntura junto ao militante de agroecologia, Vanderley Ziger.   Stedile destacou os interesses do capital no golpe em curso no Brasil. “Em momentos de crise, a primeira medida é aumentar a exploração sobre o trabalho, diminuindo salário, botando metade dos trabalhadores na rua.  A segunda é disputar a mais-valia social, ou seja, […]

Lapa recebe 3 mil pessoas na Jornada de Agroecologia

Ednubia Ghisi Brasil de Fato/ PR O Parque de Exposições e Eventos da Lapa, município da Região Metropolitana de Curitiba, receberá 3 mil participantes na 15ª Jornada de Agroecologia do Paraná. O evento começa nesta quarta-feira (27) e vai até sábado, com presença de caravanas vindas de 200 municípios do estado e das cinco regiões no Brasil. Representantes de 10 países, entre eles Itália, Venezuela, Paraguai e República Dominicana, também estarão presentes. A maior parte do público será composta por pequenos agricultores, assentados e acampados do Paraná. Cerca de 30 cozinhas comunitárias, cinco toneladas de alimentos e muito trabalho conjunto vão garantir as refeições gratuitas aos participantes durante os quatro dias. A programação prevê palestras, feira de produtos agroecológicos e da reforma agrária, cerca de 40 oficinas práticas, trocas de experiências e de sementes, além de atividades culturais. A Jornada é organizada anualmente, desde 2002, por mais de 40 movimentos e entidades do Paraná – a maioria ligada ao campo. Ceres Hadich, integrante da coordenação estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, explica que os encontros são “grandes escolas populares” para os camponeses, com o objetivo de multiplicar a agroecologia como modelo alternativo à monocultura e ao uso de agrotóxicos. Segundo a integrante do MST, diferente do latifúndio e da monocultura, a agroecologia tem como princípio a humanização e o caráter popular, por ser mais acessível e respeitar o conhecimento tradicional, agregando outros conceitos e tecnologias. Somado a isso, Ceres Hadich reforça o aspecto do respeito à natureza, aos recursos naturais e aos seres humanos, com o olhar para as gerações atuais e futuras. “É mais do que substituição de insumo ou de técnica, é parte de uma postura perante a vida. Para além da produção de alimentos saudáveis, queremos produzir outra forma de vida”, afirma a integrante do MST. Agrotóxicos na alimentação A agroecologia tem como […]