Agronegócio

“Na maioria das vezes os danos causados pelos agrotóxicos são irreversíveis”, alerta tenente de Partulha Ambiental

“Na maioria das vezes os danos causados pelos agrotóxicos são irreversíveis”, alerta tenente de Partulha Ambiental Por Catiana de Medeiros Fotos: Daniel Piovesan “Os impactos dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente” foi tema de palestras realizadas pelo grupo de trabalho sobre agrotóxicos do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) de Ijúi na última terça-feira (16), no município de Joia, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Dezenas de assentados e assentados da reforma agrária participaram do encontro no Assentamento Rondinha para debater a realidade da região, uma das que mais usa veneno no estado, e pensar alternativas ao modelo convencional de produção de alimentos. A bióloga Wanda Garibotti, do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), lembrou que o Brasil desde o ano de 2009 lidera o ranking dos países que mais consomem agrotóxicos no mundo – são em média 7,5 litros de veneno por brasileiro ao ano. Ela ainda afirmou que o aumento do uso desses produtos não ocorre apenas na agricultura, mas também em espaços domésticos. Entre os exemplos, Wanda citou a pulverização aérea de veneno nas áreas urbanas para combater o mosquito aedes aegypti, uma lei sancionada em junho deste ano pelo presidente interino Michel Temer (PMDB). “O veneno mais utilizado hoje no Brasil é o Glifosato, um secante que surgiu com os transgênicos e a propaganda de que teria baixa toxicidade e diminuiria a necessidade do uso de tantos outros produtos nas lavouras. Alguns vendedores quase bebiam para dizer que ele não fazia mal à saúde, mas a realidade mostra o contrário: está aumentando o uso de venenos e o Glifosato é um provável cancerígeno”, alertou a bióloga. Ela explicou que o uso continuado e a exposição ao produto ou resíduos causam muitos malefícios ao ser humano, como depressão, dermatoses, alergias, pneumonites, […]

Homenageado pelo agronegócio, Temer diz que aplicará “medidas impopulares”

O presidente em exercício Michel Temer disse nesta segunda-feira (4) que não teme propor medidas impopulares “se forem para melhorar o país”. “As pessoas me perguntam: Você não teme propor medidas impopulares? Não. O meu objetivo não é eleitoral. Se eu ficar mais dois anos e meio e conseguir colocar o Brasil nos trilhos, para mim basta. Não quero mais nada da vida pública”, declarou. Pouco antes, o presidente interino minimizou e defendeu o aumento salarial ao funcionalismo aprovado na Câmara e que custará R$ 58 bilhões e que pode afetar a meta fiscal deste ano, de déficit de R$ 170 bilhões. “Se não fizéssemos aquele acordo em níveis abaixo da inflação, corríamos o risco de ter greve nos setores essenciais, uma coisa politicamente muito desastrosa para o país”, disse. Temer participou de um evento organizado pelo agronegócio chamado Global Agrobusiness Fórum, em São Paulo. Ao falar de algumas medidas que quer tomar, citou exemplos como desvinculação das receitas orçamentárias, a modificação da meta fiscal, a proposta limitadora de gastos (que terá também os estados incluídos) e a renegociação das dívidas dos governos estaduais. Apesar de chamar os programas sociais de “essenciais”, Temer disse que “ter lucro não é pecado” e que “para recuperar o emprego, é preciso que a indústria cresça, o agronegócio cresça, o comércio cresça”. O interino recebeu em mãos um manifesto de apoio da elite brasileira e disse que irá “enquadrar” e deixar o documento na parede. A carta é assinada por 45 entidades, entre elas a CNA (Confederação Nacional da Agricultura). “Eu vou colocar esse acordo em um quadro no meu gabinete. É uma coisa importantíssima para nós”, disse Temer. O evento contou com a presença do ministro da Agricultura, Blairo Maggi e dos governadores Geraldo Alckmin (São Paulo) e Pedro Taques (Mato Grosso), além […]

Oito são presos por armazenamento e descarte ilegal de agrotóxicos no RS

A Comissão Permanente de Fiscalização e Controle do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos apresentou, nesta terça-feira (5), os resultados finais da Operação Integrada de Fiscalização (OIF), que resultou na prisão de oito pessoas numa ação realizada entre os dias 27 de junho e 1º de julho no Rio Grande do Sul. De acordo com o promotor de justiça Daniel Martini, a operação teve como objetivo dissuadir o uso irregular dos agrotóxicos e coibir o seu contrabando. “As ações realizadas pelo fórum apresentaram resultados expressivos. Por termos uma fronteira seca, é muito comum a entrada ilegal de agrotóxicos de outros estados e países vizinhos”, explicou. Além das oito pessoas presas em flagrante por armazenamento irregular e descarte ilegal de agrotóxicos, gerando mais de R$ 100 mil em pagamentos de fiança, foram lavrados 46 autos de infração, registradas 29 notificações e apreendidas armas e munições. Uma aeronave também foi apreendida e 21 suspensas ou interditadas, de um total de 52 inspecionadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A operação aconteceu em 12 municípios: Restinga Seca, São Vicente do sul, Rosário do Sul, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Dilermando de Aguiar, Jari, Mata, São Gabriel, Santa Maria, São Pedro do Sul e São Sepé. Irregularidades Esta foi a quarta ação realizada no âmbito da comissão e teve o envolvimento da Anac, Ibama, Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fepam), Laboratório de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (Larp-UFSM), Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do RS (MPRS), Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Civil (Dema/PC-RS), e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi). Dentre as irregularidades encontradas pelas equipes nas empresas, cooperativas e propriedades agrícolas fiscalizadas destacam-se o uso irregular de agrotóxicos, produtos irregulares ou vencidos, embalagens de agrotóxicos vazias descartadas no ambiente, queima […]