Culinária da Terra reúne diversidade de pratos e culturas do Paraná e do Brasil

O espaço da 20ª Jornada de Agroecologia é uma oportunidade de troca entre campo e cidade e entre regiões do estado.

Foto: Dayse Porto

Por: Murilo Lemos Bernardon

A Culinária da Terra, organizada no campus Rebouças da UFPR, nesta edição da Jornada de Agroecologia, oferece ao público pratos típicos da cozinha camponesa, de produção artesanal de diferentes culturas, trazendo a diversidade dos sistemas agroalimentares do estado e as identidades do povo da cidade e do campo.

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Luan Azevedo, consumidor do espaço da Culinária da Terra, relata que a comida o lembrou da cidade natal, no interior do estado: “Gostei muito da comida, me trouxe uma memória, eu nasci no interior do Paraná, na cidade de Ortigueira, faz muito tempo que eu não vou pra lá e hoje passando aqui, comendo um escondidinho, um porco no tacho, até a garapa, o caldo de cana, bateu essa saudade, essa memória de uma comida caseira da minha vó no interior, então está sensacional, adorei”.

Venha conferir e experimentar os pratos típicos na Jornada! Entre os destaques, estão a quirera crioula com linguiça, carne de porco da lata, sorvete de açaí caiçara, tipos de macarrão variados, cuscuz, escondidinho, amendoim cricri, rapadura, sanduíche colonial, pastel agroecológico, espetinho, sucos de frutas nativas e as opções veganas: hambúrguer de lentilha e cogumelo, salgados integrais e pizza de jaca. Os visitantes também podem conhecer as produtoras e produtores dos alimentos, que constroem a agroecologia.

Ariane Gomes da Silva, que veio de Quinta do Sol, na região Centro-Oeste do estado, é produtora da Culinária da Terra com o escondidinho — tanto a opção vegana, de brócolis com palmito, como a opção tradicional de porco.

Foto: Murilo Lemos

Ela ainda conta que a produção é autônoma, ou seja, toda a produção vem do assentamento: “A gente juntou o que temos dentro do nosso assentamento, o palmito, o brócolis, o porco, a mandioca, que é o que a gente produz. É um prato que a gente pode tirar tudo do próprio espaço”.

Outro produtor, Antonio Kanova Junior, da Escola Milton Santos de Agroecologia, de Maringá, no Noroeste do estado, trouxe o cuscuz, com três opções veganas, uma opção vegetariana e uma com carne. 

Foto: Murilo Lemos

De tradição nordestina, o cuscuz vem para a Jornada misturado com a cultura do campo local. “A gente tentou trazer essa ideia um pouco da nossa cultura brasileira, da alimentação, então o cuscuz, que é do milho, mas também trazendo aqui toques que são da nossa região, como o salame, por exemplo”, descreve Antônio. E ainda enfatiza: “Todos os itens que estão nos nossos três pratos são alimentos da Reforma Agrária, em sua maioria orgânicos e livre de transgênicos, que é o caso do milho.”

O consumidor André Henrique Melo Correa, estudante de Serviço Social em Ponta Grossa, considera a Culinária da Terra um espaço importante. “Tanto do ponto de vista de intercâmbio, e da lógica de consumo, acho que oportuniza consumir produtos que são feitos e comercializados a partir de outra lógica, que volta também pro movimento. E para além do consumo, a gente acaba trocando ideia, falando do processo, acho bem legal”, conta.

A programação completa da 20ª Jornada de Agroecologia pode ser acessada em: https://jornadadeagroecologia.org.br/.

Neste ano, a edição contou com A atividade tem patrocínio Itaipu Binacional, Conselho Nacional Sesi, Fundação Banco do Brasil e Governo Federal, com apoio da Agroecology Fund, Secretaria de Agroecologia e Abastecimento, Incra, Conab, Ministério Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e Governo Federal.

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