Empreendimentos econômicos apresentam no evento desafios e caminhos possíveis para a emancipação popular e sustentabilidade da vida no planeta
Trabalhadores da Associação Feira Permanente de Economia Popular Solidária. Foto: Rayane Costa
Por Rayane Costa e Ana Paula Nunes (Rede Mandala)
Promovida coletivamente por organizações, movimentos populares, coletivos autogestionários e instituições de ensino, a edição deste ano enfatiza os eventos climáticos recentes que refletem o processo de colapso climático em andamento, como as secas na Amazônia e as enchentes no Rio Grande do Sul.
Além disso, a 21ª Jornada de Agroecologia também traz debates sobre os desafios da classe trabalhadora, bem como, a partilha de modelos de organização da sociedade que de fato integre o social, o econômico e o ambiental, como a proposta da Economia Solidária.
Para Antônio Silvestre, Thaise Sousa e Lucas Paulatti, integrantes da Rede Mandala e autores do artigo “Agroecologia e Economia Solidária: unindo campo e cidade”, as edições da Jornada sempre são espaços de apresentação dos desafios e caminhos possíveis para a emancipação popular e sustentabilidade da vida no planeta.
“Se o manejo sustentável na agricultura é a agroecologia, a construção de relações de trabalho sem exploração e que garantam a propriedade dos meios de produção aos próprios trabalhadores e trabalhadoras, é a Economia Solidária”, conforme trecho do artigo.
Feira da Agrobiodiversidade
A Economia Solidária poderá ser vista e aprendida na prática, em uma grande feira que oferecerá uma variedade de produtos agroecológicos (incluindo mudas e sementes), alimentos saudáveis e artesanatos.
Dentre os expositores estarão representantes de assentamentos do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), povos indígenas, comunidades tradicionais e coletivos da Economia Solidária, como os grupos que compõem a Rede Mandala (Rede Paranaense de Economia Solidária Campo Cidade), representada por 20 empreendimentos econômicos solidários.
COPACON – Cooperativa Agroindustrial de Produção e Comercialização Conquista. Foto: Rayane Costa
Seminário Economia Solidária e Agroecologia
A Economia Solidária também será vivenciada na Conferência “Economia Solidária e Agroecologia”, que acontecerá no dia 06, das 13h30 às 17h30 e contará com grupos temáticos sobre produção, comercialização e logística solidária; organização popular a autogestão; Educação Popular; meio ambiente e preservação da vida no planeta; juventude e renovação da luta coletiva.
A mesa de abertura contará com a presença de Miriam Nobre (Marcha Mundial das Mulheres), Antônio Capitani (Cooperativa Terra Livre), Vanda de Assis (Cefuria – Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo), Carlos Cavalcanti (Movimento Nacional de Catadores), Fernan Silva (Levante Popular da Juventude), Jaci Poli (Instituto Federal do Paraná), Isabela Gonçalves (Cooperativa Central da Reforma Agrária), Kixirra Jamamadi (Associação de Mulheres Indígenas Organizadas em Rede), Claudia Patrício (União de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária) e Rayane Costa (Cefuria e Rede Mandala).
Dona Francisca do coletivo de artesãs indígenas Jamamadi. Foto: Rayane Costa
A Jornada de Agroecologia continua sendo um espaço de cultura, troca de saberes e práticas sustentáveis, pautado nos princípios e práticas da Economia Solidária, que envolvem a solidariedade, a autogestão, a cooperação, a democracia e tantos outros.
O evento ocorre entre os dias 4 e 8 de dezembro, no campus Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no bairro Jardim das Américas. Este ano a Jornada de Agroecologia conta com o patrocínio da CAIXA, Itaipu Binacional, Correios, Fundação Banco do Brasil e Governo Federal, e apoio da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e do Desenvolvimento Social (MDA), Cooperativa de Crédito Cresol e Cooperativa Central da Reforma Agrária (CCA).
Veja aqui a programação completa da 21ª Jornada de Agroecologia.