22ª Jornada de Agroecologia já tem data marcada: 6 a 10 de agosto, no Politécnico, em Curitiba

Como marco dessa edição, em 2025 também será realizada a Cúpula dos Povos, evento paralelo à COP30 que vai reunir mais de 400 movimentos sociais para reivindicar pautas populares e pressionar mudanças efetivas frente à emergência climática

Marcha de abertura da 21ª Jornada de Agroecologia, em dezembro de 2024. Foto: Leandro Taques

Curitiba vai receber a 22ª edição da Jornada de Agroecologia entre os dias 6 e 10 de agosto, no campus Centro Politécnico, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no bairro Jardim das Américas, em Curitiba. A Jornada, um dos maiores eventos relacionados ao tema no Brasil, é fruto de uma articulação de mais de 60 organizações, movimentos sociais, coletivos e instituições de ensino, entre elas a própria UFPR. Desde 2002, se propõe a denunciar as práticas nocivas do agronegócio e a apresentar uma alternativa agroecológica para a sociedade.

A programação da Jornada conta com grandes conferências, seminários, oficinas, Feira da Biodiversidade, Culinária da Terra, shows, apresentações artísticas e muito mais. Em breve a programação oficial completa será divulgada no nosso site.

Entre os objetivos da Jornada, está o de apresentar à sociedade uma alternativa ao modelo de produção capitalista de agricultura – o sistema que conhecemos como agronegócio. A agroecologia surge como uma resposta construída tanto pela ancestralidade quanto pela ciência.

Nesta edição, a Jornada ocorre no mesmo ano que a Cúpula dos Povos – esta, marcada para novembro de 2025, em Belém (PA). A Cúpula dos Povos é uma reunião de mais de 400 movimentos sociais realizada paralelamente à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), com o objetivo de cobrar respostas efetivas dos governos nacionais diante da emergência climática e pautar reivindicações populares no debate internacional.

A Carta da 21ª Jornada de Agroecologia, escrita em conjunto pelas mais de 60 organizações envolvidas na realização do evento e lida em público no encerramento da última edição, anuncia alguns horizontes da luta contra o agronegócio e pela agroecologia.

“Sabemos que o atual modelo agroalimentar capitalista, sustentado por empresas transnacionais, contribui para o aquecimento global, através do desmatamento, da produção de monocultivos, na produção pecuária em alta escala, nas amplas redes de transporte e na utilização abusiva de agrotóxicos”, denuncia a Carta.

Segundo a Carta, “a agroecologia é baseada nos princípios da autogestão, solidariedade, cooperação, sustentabilidade, e em relações de trabalho sem exploração. Sua relação é indissociável da economia solidária. Para a viabilidade econômica dos empreendimentos coletivos formados por trabalhadoras e trabalhadores, do campo e da cidade, sejam as cooperativas, associações ou grupos informais, se faz necessário: o fomento de cadeias produtivas solidárias que não dependam exclusivamente de compras públicas para garantir sua comercialização e renda; e o fortalecimento de processos organizativos que garantam a autogestão e rotatividade de funções.”

Leonardo Boff ministrou conferência durante a 21ª etapa da Jornada, no último ano. Foto: Giovani Sella

A Carta encerra apontando a um Sul possível diante da crise do capitalismo, manifestada hoje pelas alterações e catástrofes climáticas, o aumento do preço dos alimentos, entre outros limites do modelo capitalista: “Cuidar da nossa casa comum é nosso desafio como humanidade, assim como o exercício constante dos valores anticapitalistas, entre eles, a solidariedade como uma ação entre trabalhadores e trabalhadoras.”

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